Agricultura 4.0: revolução tecnológica no campo – Por Ricardo Fachin

Produtividade, eficiência, redução de desperdício e, por consequência, de custos. Esses são alguns dos principais ganhos que a tecnologia traz para o agronegócio. Para isso, os agricultores estão aderindo ao conceito de Agricultura 4.0, que possibilita a interferência e conexão de softwares e sistemas digitais às máquinas. Ao aplicá-lo, é possível otimizar a gestão do negócio e diminuir o tempo de trabalho, seja no campo, cooperativas ou agroindústrias.

No Mato Grosso, assim como em outras regiões do Brasil, tratores, colheitadeiras e demais maquinários utilizados por grandes produtores passam a contar com plataformas digitais específicas. Com os recursos tecnológicos mais próximos, os agricultores encontram soluções imediatas – do preparo do solo e plantio, com observação de índices pluviométricos, até a colheita e beneficiamento da safra.

Um exemplo desta revolução é o caso de um condomínio familiar agrícola mato-grossense que planta grãos em uma área de 31 mil hectares. Nesta safra, o grupo fez um comparativo entre máquinas do ano 2002 com as novas, de 2017, a fim de testar a eficiência do maquinário. Para isso, foram colocadas em campo 15 máquinas (2002) e seis (2017). O experimento demonstrou que o desenvolvimento dos grãos e a produtividade se mantiveram, por outro lado, o número de equipamentos em campo e o custo da mão de obra diminuíram, enquanto o nível de qualificação profissional aumentou.

Além disso, com máquinários modernos, os produtores rurais têm a possibilidade de trabalhar linha a linha, fator que diminui o desperdício. Isso porque os softwares conectados via satélite indicam ao profissional responsável quando a máquina passou por determinada área, e caso passe novamente, ela desliga automaticamente, o que evita o replantio e perda de sementes. Sem contar que se houver uma superpopulação de soja em uma mesma área, as plantas competem entre si e, nessa competição, todas acabam por morrer.

Se considerarmos que, durante o período de plantio do nosso exemplo acima, são mobilizados 300 profissionais em campo, com máquinários novos em mãos, os agricultores conseguem ter uma economia considerável apenas com a antecipação de problemas e a otimização do plantio, já que as colhetadeiras avisam possíveis falhas mecânicas ao longo do trabalho.

Além dos tratores e plantadeiras de última geração, outra tecnologia indispensável às grandes propriedades são os pulverizadores, que possuem controle da altura da barra com regulagem automática. Os softwares instalados nesses equipamentos também avisam onde o defensivo foi aplicado, o que reflete na eficiência de distribuição do produto.

Já no momento da colheita, a presença de softwares garantem a geração dos mapas de colheita que indicam o que cada talhão produziu, assim é possível identificar a qualidade de solo e a quebra de grãos. A ferramenta revela, igualmente, a produtividade nos pontos do talhão, o que permite a avaliação do solo e a identificação dos espaços com deficiência de nutrientes que exigirão um plano de adubação.

A nova realidade – Agricultura 4.0 – provoca também a necessidade do agricultor buscar qualificações adequadas para o manuseio das novas máquinas e sistemas. Afinal, este é um caminho sem volta, que veio para facilitar o replanejamento das empresas agroindustriais e que impacta tanto o pequeno produtor quanto os grandes grupos agrícolas.

Ricardo Fachin, CEO da FH, empresa de tecnologia especializada em processos de negócios e software.

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Palestras de tecnologia e expositores são atrações da Digital Agro

Unium estará presente com um estande na segunda edição da Digital Agro
fOTO: Rodrigo Covolan

A cidade de Carambeí recebe nos próximos dias 13 e 14 de junho a Digital Agro, uma das principais feiras da América Latina. Voltada à tecnologia agropecuária, a segunda edição do evento realizado pela Frísia Cooperativa Agroindustrial, no Parque de Exposições Frísia, anexo ao Parque Histórico de Carambeí, trará discussões sobre tecnologias inovadoras do campo.

Com quatro temas principais – Emerging Mega-Trends, Agropecuária Digital 4.0, Sustentabilidade 4.0, Inovações e Tecnologias Futuras para o Agronegócio – o evento contará com palestras e discussões de temas como Big Data, Blockchain, nanotecnologia, robótica e outras tendências para o setor do agronegócio.

Além dos encontros, a Digital Agro também terá empresas expositoras, distribuídas pelo pavilhão, entre elas a Unium – marca institucional das indústrias das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal – que estará com um estande de produtos das marcas Alegra, de suínos; Colônia Holandesa, de lácteos; e Herança Holandesa, de grãos.

Para o gerente de marketing, Cracios Consul, mesmo que a Unium não tenha uma atuação direta pela marca na área de tecnologia, ela está presente por meio das empresas cooperadas. “A Unium é inovação. Criamos um modelo único de gestão do cooperativismo. O intercooperativismo não é inédito, mas o uso de uma marca para isso é algo totalmente novo e essa iniciativa tem um excelente feedback por parte do mercado”, comenta Consul. Neste ano a expectativa é que oito mil pessoas visitem a feira, entre produtores rurais, acadêmicos e interessados no setor.

Digital Agro

Quando: 13 e 14 de junho
Onde: Parque de Exposições Frísia, anexo ao Parque Histórico
Quanto: Inscrições em www.digitalagro.com.br

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UPL participa do Digital Agro no Paraná

Fazer mais com menos, produzir mais no mesmo espaço ou menor! Tendência do futuro que já desenvolve na agricultura há algum tempo. E por isso, estar atento e acompanhar as rápidas mudanças é o que movimenta a UPL em apoiar e estar presente na Digital Agro, que é realizada pela Frísia Cooperativa Agroindustrial. O evento que acontecerá no Paraná, será realizado no Parque Histórico de Carambeí, nos dias 12, 13 e 14 de junho.

Inovação e tecnologia são palavras que regem as atividades diárias da UPL e estão presentes nas mais variadas soluções desenvolvidas pela companhia como os recentes lançamentos Start: para o tratamento de sementes, o inseticida Sperto, o herbicida Fascinate, os fungicidas Triziman e Tridium e, para HF, o fungicida Unizeb Glory. Além do carro chefe da companhia, o fungicida multissítio Unizeb Gold, que vem sendo comentado por seu controle para a Ferrugem Asiática, principalmente em situações com resistência à outros fungicidas sítio-específicos.

“A UPL é uma empresa focada na inovação e em tecnologia e faz uso disso para suportar o crescimento e desenvolvimento da agricultura, o que está alinhado com o que a Frisia propõe neste evento. E por isso, não poderíamos deixar de trazer nossas soluções inovadoras para participar desse momento”, explica Edson Pitta, Gerente de Marketing de cultivos Extensivos Sul.

A UPL apresentará sua Tecnologia Digital, por meio de aplicativos de tecnologia de aplicação, que ajudam no ganho de eficiência, seus produtos e soluções, e uma simulação de aplicação aérea com helicóptero no campo, mostrando que a modernidade auxilia no manejo de resistências. Com isso mostrará a importância que a qualidade no tratamento fitossanitário trazido pela Tecnologia de Aplicação faz uma grande diferença no incremento da produtividades. Estes assuntos que são abordados em um E-book gratuito, que foi recém-lançado pela companhia e pode ser baixado no link: http://uplbrasil.com.br/ebook/

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De Heus reforça a equipe de Negócios com foco na expansão no Brasil e na América Latina

Seguindo com a visão de crescimento da companhia no País e buscando apoiar seus clientes a avançar sempre em seus negócios, a De Heus comunica a recente contratação estratégica de Sandra Toro como Gerente de Vendas de Matérias-Primas.

A gestora — com uma experiência de mais de 20 anos nesse setor e atuação destacada em empresas de nutrição animal — é um reforço no time de Negócios da multinacional no Brasil e irá contribuir para a continuidade da ampliação da participação da empresa no mercado nacional e LATAM.

“A De Heus se posiciona globalmente como importante negociadora estratégica de matérias-primas, atuando, na prática, para apoiar os clientes a tornarem seus sistemas de produção cada vez mais competitivos e rentáveis, visando sempre capitalizar as oportunidades e superar os desafios do mercado lado a lado de nossos parceiros”, destaca Sandra.

“A qualidade de nossa equipe tem sido um ponto-chave para o crescimento da De Heus nos diferentes mercados em que atua no Brasil. A nossa busca constante é fornecer valor e apoiar os clientes em todo o processo, desde a seleção de matérias-primas até a gestão dos desafios nos sistemas produtivos do produtor”, completa Hermanus Wigman, Diretor-Presidente da empresa.

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Programa Global Scholars está com inscrições abertas para a edição 2018

A Cargill abriu as inscrições para mais uma edição do Programa Global Scholars, que tem como objetivo formar novos líderes ao redor do mundo. Os alunos selecionados contarão com apoio financeiro de 2,5 mil dólares, por até dois anos, para auxiliar com quaisquer despesas relacionada à vida acadêmica. Além de terem a oportunidade de vivenciar a experiência de liderança por meio de seminários, eventos de networking e programa de mentoria com executivos da empresa.

Em parceria com o IIE (International Institute of Education), serão selecionados 10 estudantes de Engenharia de Produção, Engenharia Industrial, Engenharia Mecânica, Elétrica, Agronômica/ Agronomia, Tecnologia de Alimentos/ Engenharia de Alimentos e Nutrição com excelente desempenho acadêmico e potencial de liderança de nove universidades brasileiras (confira a lista abaixo). Para participar, os alunos devem estar matriculados entre o segundo e sexto semestre letivo, além de ter uma média global acima de 7,5 e proficiência na língua inglesa. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de maio pelo site www.cargillglobalscholars.com.

Depois de escolhidos, no primeiro ano do programa, os estudantes participarão de um seminário de liderança, completamente financiado pela Cargill. O objetivo é desenvolver atividades de liderança e de aprimoramento do pensamento crítico, além de capacitá-los para trabalhar em grandes empresas mundiais. Já a partir do segundo ano, os estudantes de cada país serão financiados para participar do Seminário Global de Liderança que será realizado numa sede global da Cargill. Essa atividade reunirá os participantes do programa com melhor desempenho em um seminário de uma semana que terá uma série de ações de aprendizado prático, e contará com o acompanhamento de executivos da empresa.

Confira a lista de Universidades participantes:

– Universidade Federal de Goiás (UFG)

– Universidade Federal do Paraná (UFPR)

– Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

– Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

– Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

– Universidade Federal de Viçosa (UFV)

– Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

– Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)-

– Universidade de São Paulo (USP: São Paulo, São Carlos, Ribeirão Preto, Piracicaba-ESALQ, Pirassununga)

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Internet das coisas pode ajudar a melhorar produtividade agrícola

Máquinas que se comunicam sem interferência humana, trocando dados pela rede, já são realidade no campo. E no futuro os equipamentos agrícolas terão cada vez mais sensores conectados à internet. A inteligência artificial aplicada à agricultura pode melhorar os processos produtivos e apoiar a tomada de decisão pelo agricultor, reduzindo custos e trazendo mais rendimento.

A internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) deve movimentar US$ 8 bilhões no Brasil este ano, segundo a empresa de pesquisa IDC. Para falar sobre o potencial da IoT na agricultura, a chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP), Silvia Massruhá, participa do Fórum Mundial sobre a Internet das Coisas (The World Forum on The Internet of Things 2018 – WF-IoT), realizado de 5 a 8 de fevereiro, em Cingapura, com a palestra “Perspectivas da IoT na agricultura brasileira: da biotecnologia ao big data para a agricultura sustentável e inteligente”.

Estima-se que os objetos interconectados estão presentes em 10% dos lares brasileiros. Desde geladeiras, relógios, televisores e automóveis, há uma série de “coisas” que se conectam enviando e recebendo dados on-line. Carros autônomos, robôs e máquinas inteligentes, que conversam entre si, podem gerenciar o uso de energia e insumos, tornando o processo produtivo mais eficiente.

A aplicação da tecnologia de IoT permite fazer uma melhor gestão do uso da energia elétrica ou ainda controlar o tráfego de veículos nas grandes cidades, entre outros casos. O conceito de “smart cities” inspirou o das fazendas inteligentes. Nelas os processos de gestão e produção estão integrados. Com os sensores instalados em máquinas agrícolas, é possível obter uma série de informações do solo, por exemplo, que podem orientar as ações de correção de acidez, irrigação e plantio.

“O avanço na área de agricultura de precisão, com sensores instalados nos equipamentos e conectados em rede, indica que a agricultura do futuro deverá ser cada vez mais apoiada pelo conhecimento científico”, explica Silvia. A Embrapa Informática Agropecuária coordena o SitIoT, um ambiente baseado no modelo de inovação aberta instalado no campo experimental da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) para que empresas e startups possam testar suas tecnologias, sejam sensores, equipamentos, softwares, dados e modelos.

Um dos desafios da pesquisa agropecuária brasileira é desenvolver soluções de IoT para a agricultura tropical. Para isso, é fundamental estabelecer parceiras com o setor privado, de acordo com Silvia. Além de superar as dificuldades de infraestrutura e conectividade, é preciso adaptar as aplicações para a realidade do continente.

O Plano Nacional de Internet das Coisas, lançado pelo governo no final de 2017, busca acelerar a implementação da IoT em quatro áreas prioritárias: cidades inteligentes, saúde, agricultura e indústria. A previsão é de que essa implementação gere um impacto de até US$ 21 bilhões na agricultura até 2025.

“A ideia é que o Brasil, além de fomentar esse mercado para ajudar o produtor rural a melhorar a sua produtividade, seja referência em IoT na agricultura tropical. Então é a internet das coisas sendo aplicada para capturar dados de drones, imagens de satélites, sensores e colheitadeiras automáticas, usando todas essas informações para melhorar desde o plantio até o armazenamento e a logística de toda a cadeia produtiva”, afirma a pesquisadora.

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Tecnologias digitais, fábrica de mudas, robótica e drones poderão receber investimento para expansão

Embrapa Informática Agropecuária, Instrumentação, Pantanal e Recursos Genéticos e Biotecnologia inspiraram as sete empresas na formação de seus negócios. Na cerimônia de premiação da chamada Pontes para Inovação, realizada no dia 26 de janeiro, as empresas finalistas apresentaram seus modelos de negócio e o potencial de crescimento no mercado.

A chamada Pontes para Inovação, organizada pela Embrapa e Cedro Capital, selecionou sete agritechs que poderão receber um aporte de até R$ 5 milhões cada. O programa tem como propósito acelerar o negócio de empresas parceiras que possuem tecnologias para o agronegócio. O valor total investido nas empresas poderá alcançar R$ 35 milhões. Foram recebidas 38 inscrições de empresas e startups.

“As sete empresas estão agora em fase de negociação de investimentos pelo fundo Venture Brasil Central, gerido pela Cedro Capital. A expectativa é que já nos próximos meses estejamos anunciando alguns investimentos”, informa Alessandro Machado, sócio-diretor da Cedro Capital.

Durante a cerimônia, Vitor Hugo de Oliveira, chefe da Secretaria de Negócios da Embrapa, anunciou os planos para 2018: “A aproximação com a iniciativa privada é um caminho sem volta. A expectativa é que essa experiência se transforme em um estudo de caso positivo. E por ter sido tão exitosa essa chamada, já estamos discutindo um edital mais amplo, envolvendo outros fundos e outros centros da Embrapa, para uma nova chamada em nível nacional”.

Esse é um mercado gigantesco, no qual a Embrapa começa a participar. Bruno Brito, sócio-diretor da Cedro Capital, falou sobre o crescimento do mercado: “O desafio no setor de agritech é gigantesco. Ele movimentou cerca de 9 bilhões de dólares em todo o mundo no ano passado. A expectativa é que em 2018 suba para 12 bilhões. No Brasil, esse número não passa de 100 milhões de dólares”. Sobre a edição de 2017, ele enfatiza: Nós temos hoje aqui a elite das agritechs brasileiras, representada pelas sete finalistas”.

O diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Oliveira Soares, lembra que nós, brasileiros, não temos noção da importância da inovação no agronegócio. “A Cedro vai contribuir para alavancar a prototipagem de tecnologias e também seu escalonamento para colocarmos nossos produtos no mercado. Nós precisamos da iniciativa privada nesse processo”, argumenta o diretor.

As tecnologias apresentadas

Das sete finalistas, seis compareceram ao evento. A Gira, primeira empresa a se apresentar, tem a proposta de reformular a cadeia de crédito do agronegócio com a oferta de uma plataforma de acompanhamento da produção, que envolve conhecimentos jurídicos e agronômicos, com contratação de profissionais autônomos, como ocorre hoje no Uber (aplicativo de transporte privado). A empresa proporcionará mais segurança para os agentes de crédito e menor custo para os produtores. “Garantimos um selo de credibilidade. O que o Gira propõe é revolucionar as operações de crédito no mercado, vinculando as operações à garantia de produção agrícola, dentro de um padrão de conhecimento jurídico e agronômico que permita confiabilidade dos indicadores de risco”, explica Gianpaolo Zambiazi Rocha, que esteve presente na cerimônia representando a equipe.

A Agronow é uma plataforma web 100% automatizada que utiliza imagem de satélite e um algoritmo próprio para monitorar o desenvolvimento de culturas e prever sua produtividade. A empresa oferece monitoramento de áreas de produção em tempo real a um menor custo. Rafael Coelho, CEO da empresa, informa que hoje um levantamento em campo custa cerca de R$ 125 por visita. Esse valor cai para R$ 3,75 com o uso da tecnologia da Agronow, que utiliza sistemas dinâmicos com radar e satélites. “Temos 17 funcionalidades diferentes, incluindo mapas de solo, relatórios de produtividade, de umidade… para ajudar o produtor rural a enxergar seus dados […], além do foco para fora da porteira, ajudando as empresas que prestam serviços para os produtores rurais”, garante. Rafael acrescenta que a empresa monitora 1,2 milhão de hectares, tem 1,2 mil downloads do seu aplicativo, acompanha sete culturas agrícolas e processou 1 bilhão de análises no último ano, com atuação em 11 países.

A Agrorobótica utiliza a fotônica em aplicações agroambientais. Realiza análises de solo em tempo real, sem gerar resíduos, como ocorre nos cerca de 300 laboratórios do Brasil que utilizam produto químico em seus processos. Também atua na mensuração de carbono para certificação de propriedades rurais no plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (plano ABC) e na análise sensorial de café. Essas três áreas de atuação somam um mercado de R$ 1 bilhão, segundo Fábio Luis de Angelis, representante da empresa. “Nossa ferramenta é limpa e em tempo real”, conclui. A pesquisadora Aida Magalhães explica a tecnologia empregada pela empresa: “A fotônica é uma área da ciência que avançou muito. Sensores ópticos permitem que se efetuem medidas rápidas, precisas e ambientalmente limpas. Essa tecnologia vai permitir um levantamento de mapas mais detalhado para certificação da qualidade da produção no campo”.

Já Mariana Vasconcelos, da Agrosmart, como outros jovens participantes da chamada Pontes para Inovação, conta que é filha de produtor rural e, vivendo no campo, percebeu a necessidade de dar mais segurança para aqueles que vivem do negócio. Com esse propósito, montou uma empresa especializada em monitoramento de variáveis ambientais que conecta o produtor à sua plantação: “Desenvolvemos uma plataforma de agricultura digital, que coleta dados de diferentes fontes, como sensores, satélites, caderno de campo, conversas com o produtor, e usamos a ciência de dados para transformá-los em recomendação”. A empresa faz recomendações de irrigação, onde são considerados fatores como solo, planta, atmosfera, restrição de equipamentos e tarifa energética para fazer recomendação campo a campo, alcançando uma redução de até 60% no uso da água da lavoura; de previsão climática, tendo o modelo climático mais assertivo do Brasil, para 72 horas, segundo sua diretora; e agora está focando no desenvolvimento de modelos preditivos de doenças e pragas, em parceria com a Embrapa.

A novidade é o uso de radiofrequência, que permite a coleta de dados no campo mesmo sem internet ou sinal de celular. “Tem muitas tecnologias lá fora, mas que não conseguiam entrar no Brasil ou em mercados em desenvolvimento por falta de infraestrutura. Nós continuamos a ser a única empresa que consegue coletar dados em tempo real em lugares remotos”, ressalta Mariana. A Agrosmart gera recomendações individualizadas para cada produtor explorar melhor o potencial dos seus produtos agrícolas.

A C4 Científica está trabalhando com uma tecnologia da Embrapa, o biorreator de imersão temporária, capaz de multiplicar mudas de qualidade em grande quantidade. Segundo seu representante, Carlos Conte, pelo método tradicional, uma pessoa é capaz de produzir 200 milhões de mudas por ano. Com a tecnologia, pode-se chegar a 1,5 milhão de mudas no mesmo período. “É a automatização de um sistema produtivo de mudas, como de cana-de-açúcar, eucalipto, banana e de algumas outras espécies. Em outro nicho de atuação da empresa, atende as verticals farms (fazendas verticais) e as casas inteligentes”, explica Carlos.

A última a se apresentar, a Horus, é especializada em mapeamento de terreno por meio de drones e softwares com inteligência computacional. “Imaginem se nós pudéssemos escanear uma plantação e em questão de instantes extrair dados agronômicos que podem ser correlacionados a questões de infestação de pragas, problemas que podem ser ligados a questões produtivas, questões nutricionais que podem ser avaliadas com esses dados e, se possível, usar essas informações para otimizar o uso de insumos ou até mesmo para melhorar a produtividade média por hectare?”, propõe Fabrício Hertz, um dos fundadores da empresa. É esse o negócio da Horus. Os produtores podem conhecer pontos com infestação de pragas, regiões com problemas no plantio ou delimitar áreas com problemas nutricionais que precisam ser solucionados.

A Tecnoblock é uma empresa especializada na produção e comercialização de alimentos para bovinos criados a pasto.

Os benefícios da parceria

A Embrapa Informática Agropecuária teve três startups que se interessaram pelos dados, informações e modelos desse centro de pesquisa, para complementar sua estratégia de negócios. Para a chefe-geral Silvia Massruhá, cada vez mais esse ecossistema de inovação onde a Embrapa funciona como um facilitador e um integrador dos vários agentes – dos vários players e stakeholders. “É um modelo que está sendo usado no mundo todo e que pode trazer bastante retorno, não só do ponto de vista de inovação, mas também de contribuir para melhorar o orçamento dos projetos de pesquisa”, diz.

Os representantes das empresas finalistas concordam e esclarecem como funcionam os ganhos para os dois lados. “Quando aprendemos com todo esse potencial técnico que a Embrapa tem, de pesquisa já desenvolvida por esse corpo de profissionais tão qualificados, usamos isso para criar melhores modelos e soluções melhores, e do lado da Agrosmart, conseguimos ajudar a trazer a rapidez de transformar os conhecimentos em produtos e levar para o mercado. O forte é conseguir aliar o conhecimento técnico que eles [a Embrapa] têm e a nossa habilidade de digitalizar isso, de usar ferramentas tecnológicas para usar o conhecimento e colocar na mão do produtor”, conclui Mariana, da Agrosmart.

Gianpaolo, da Gira, diz que viu na chamada uma grande chance de trazer um conhecimento profundo que a Embrapa tem sobre a produção agrícola brasileira e as informações macro sobre as necessidades do mercado agrícola: “Eu percebi que com acesso a essas informações, a uma companhia como a Embrapa, nós potencializaríamos nosso negócio principal”.

Já o diretor da C4 Científica, Carlos Conte, ressalta a necessidade da parceria com um centro de pesquisa. “Nós, como empresa média no Brasil, não temos recursos e intenções de ter um centro de pesquisa dentro da empresa. Porém, temos grandes instituições públicas e privadas que nos possibilitam ter acesso a P&D como se fossem um parceiro”.

A avaliação das empresas considerou a aderência das propostas com as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa, potencial e oportunidades de mercado, diferencial e competitividade do negócio, bem como o grau de maturidade das tecnologias para adoção pelo mercado e possíveis impactos social, econômico e ambiental.

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Em plena expansão, De Heus planeja um 2018 cheio de inovações

De Heus, empresa especializada em nutrição animal, fecha 2017 com muitos investimentos no Brasil e avanços na tecnologia do segmento agro. Com participação em diversas feiras e quatro grandes inaugurações – a nova sede em Campinas; o Laboratório de Controle de Qualidade, em Rio Claro; a Unidade Industrial de Toledo e Centro Experimental de Pesquisas em Nutrição de Suínos em Londrina, ambos no Paraná -, a empresa se posicionou ainda mais firme em território nacional com o crescimento da equipe geral (em 10%) e de vendas (em 25%), e ampliação de 40% no faturamento de 2017, chegando a R$ 270 milhões.

“Desde que chegou ao Brasil, há cinco anos, a De Heus aumentou a produção em 80% e seu faturamento cresceu 180%”, afirma Hermanus Wigman, presidente da De Heus. Todo esse sucesso se deve aos conceitos internacionais que são trazidos sempre visando a atender o mercado, de cada local, com suas necessidades específicas, tornando-o uma unidade global. Prova disso são os recentes estudos e pesquisas para desenvolvimento do sistema de Rações Premium Romelko, melhorando a saúde intestinal dos suínos e um precursor sem antibióticos no Brasil.

Outro destaque foi a ampliação do portfólio MUB, uma empresa do Grupo De Heus, trazendo novas tecnologias e benefícios para bovinos de corte e de leite, com produtos resistentes a chuvas e ventos, não havendo desperdício ou perda do mesmo. Além disso, os novos produtos dispensam o uso do cocho e reduzem os custos operacionais e de mão de obra.

Para 2018 a expansão segue de forma avançada: o crescimento em território nacional também deverá se repetir na América Latina de forma geral; ampliação da força produtiva e de vendas; expansão do Sistema Romelko; otimização dos resultados e com conceitos inovadores como o Kaliber e Prelacto, do portfólio MUB; estreitar ainda mais o relacionamento com os clientes, tornando-os cada vez mais próximos para apoiar a gestão de resultados através de ferramentas digitais como Pigmoney e Beef Money, e monitoramento com o Margin Monitor Milk; intensificação da integração total dos centros de pesquisas com as universidades; e, por fim, a inauguração do Centro de Distribuição de Caruaru, em Pernambuco, colocando a região Nordeste em destaque nos planos da empresa para o futuro.

“Nossa intenção é aprimorar as soluções que já oferecemos e buscar novas alternativas. Queremos trazer ao Brasil tecnologias já utilizadas no exterior e adaptá-las a realidade daqui, bem como desenvolver novas”, conta Wigman. As principais feiras e eventos do setor também estão nos planos da De Heus para 2018, assim como dar continuidade à estruturação e centralização das áreas corporativas para garantir mais agilidade e aperfeiçoamento dos processos internos da empresa.

A perspectiva, claro, é de pleno crescimento, girando em torno de 30% a mais de faturamento de 2017. A De Heus continua a levar consigo os conceitos de inovação, aprimorando produtos e relacionamentos que já mantém no mercado, bem como trazendo novas tecnologias para melhoria do setor, contribuindo diretamente para crescimento e desenvolvimento desse mercado.

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