Conta de luz de pequenos negócios em Londrina e região pode ter desconto de até 20% com Geração Distribuída

Modalidade de consumo de energia, autorizada pela Aneel e que teve seu marco legal aprovado em 2022, permite que empresas e comércios se unam em cooperativas para usufruir de benefícios, sem investimento para adesão.

Em épocas de crise como a que vivemos agora, grande parte das empresas, principalmente as de pequeno e médio porte, buscam soluções para resistir ao momento de incertezas. Uma delas, amplamente indicada por especialistas em economia, é a renegociação e revisão de serviços e fornecedores contratados. E nessa manutenção deve-se incluir os serviços essenciais como a luz elétrica. O que poucos sabem é que uma normativa criada pela Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, em 2012, regularizou a modalidade de consumo chamada geração distribuída que está em plena expansão em todo o país. Em janeiro deste ano, a Lei n. 14.300 foi aprovada, instituindo o marco legal de microgeração e minigeração distribuída. Com essa modalidade, pequenos e médios negócios e comércios podem obter até 20% de desconto na fatura de energia elétrica.

Isso é possível porque a Lei permite produzir energia para consumo próprio ou consumir energia de uma geradora local, pelo mecanismo de compensação de energia elétrica. Em outras palavras, é como comprar energia direto do produtor, sem os custos adicionais do distribuidor. “A prática da geração distribuída abriu portas para a geração compartilhada através de três modalidades diferentes: condomínio, consórcio e cooperativa. Essas modalidades permitem que vários consumidores se reúnam com o objetivo de gerar sua própria energia através de uma usina geradora, ou no caso de não ter uma geradora própria, com o arrendamento de um espaço de produção”, explica Wolney Pereira CEO da Gedisa Energia, empresa especializada em administrar cooperativas de consumo de geração distribuída, parte do Grupo Ergon.

No caso das pequenas e médias empresas e do comércio, pode-se adquirir o benefício participando de uma cooperativa. Neste caso estão inclusas empresas como mercados, salões de beleza, postos de gasolina, panificadoras, lojas, restaurantes, entre outros.

“Esses grupos podem receber até 20% de desconto em sua fatura de energia. Isso ocorre porque há um contrato direto de fornecimento com as geradoras independentes, que fornecem a energia pelas mesmas redes de distribuição padrão até os comerciantes participantes. Isso significa também que não há necessidade de nenhum investimento adicional por parte do cooperado. Nem de adesão à cooperativa”, explica.

É o caso do Wellington, empresário de Londrina que há um ano aderiu ao serviço oferecido pela Gedisa. “Já conhecia a geração distribuída pois alguns amigos estão instalando placas de painel solar. Mas nessa modalidade de cooperativa acaba que é mais prático, pois, além de contar com toda a assessoria da empresa, ainda não tem investimento nenhum. Minhas duas lojas de congelados possuem juntas 17 freezers grandes, o que gera um grande consumo de luz, por isso, aderir a um serviço que te oferece economia é sempre muito positivo”, conta ele.

Como funciona na prática?

Para começar, a empresa precisa ter a conta de luz em seu CNPJ ou CPF e ser consumidor categorizado como “B”. O próximo passo é se tornar um cooperado. Para isso há administradoras de cooperativas, que fazem todo o processo de ponta a ponta para reunir as empresas, conectar às geradoras e garantir os benefícios aos cooperados.

“Ao se tornar um cooperado, a empresa não tem nenhum custo ou investimento algum em estrutura física. A distribuição segue pela distribuidora local de energia de seu estado e a compensação é feita por créditos de energia entre geradora e distribuidora. A diferença fica no modelo de pagamento, que passa a ser com duas faturas de energia, sendo uma com o desconto compensatório. Porém a administradora faz todo o trabalho de coordenar a operação de energia junto às cooperativas. Visamos potencializar a rentabilidade dos geradores de energia e ajudar consumidores na diminuição de suas faturas, ajudando o pequeno negócio a utilizar os benefícios que são seus por direito”, conta Miguel Segundo, diretor técnico da Gedisa.

Usuários da geração distribuída também enxergam a redução com bons olhos. “Por mês aqui na ToGo gastamos uma média de R$ 5.500 de energia elétrica. Hoje, consigo uma média de redução de quase R$ 1 mil, e a expectativa é que isso melhore com os meses, o que faz com que a gente consiga se virar nesse momento em que o país atravessa essa crise”, diz Wellington.

Mas o que é de fato a Geração Distribuída?

A Geração Distribuída (GD) é a modalidade pela qual o consumidor gera toda ou parte da energia elétrica que consome e é utilizada por meio da compensação de créditos. Esta compensação serve para consumidores que usam a energia gerada para abater o seu consumo de energia elétrica. A energia da geração distribuída é válida para diversas fontes renováveis, como a energia solar, eólica e usinas hidroelétricas. E no caso de o consumidor não dispor de investimento para gerar a própria energia, ele pode entrar para uma cooperativa, que, sem qualquer investimento, pode gerar a energia que ele irá consumir.

Sustentabilidade: GD impulsiona o setor de energias renováveis no Paraná

As projeções para setor de energia de Geração Distribuída (GD) são otimistas. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o segmento deve, até o final de 2022, apresentar um crescimento de 105% quando comparado ao total instalado em 2021, passando de 8,3 GW para 17,2 GW, em decorrência da recente e sancionada Lei nº 14.300. Além da economia, a modalidade também estimula a economia sustentável, apoiando o surgimento de geradoras de energia renováveis independentes.

“Estamos promovendo a divulgação da Geração Distribuída, pois é um negócio vantajoso para todas as partes envolvidas. Os números altos de novas adesões à modalidade em todo o país e nos estados em que a Gedisa está presente, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, têm mostrado que é um setor muito promissor. Já estamos no setor de energia há mais de 15 anos com o fornecimento de GLP e geração de energia. Com a GD, conseguimos em um ano levar uma nova forma de consumir energia elétrica com desconto de até 20% na conta de luz”, conta Wolney Pereira.

O Paraná está na sexta posição no ranking nacional de potencial gerador divulgado pela Absolar e já possui a Geração Distribuída em 394 municípios, o que representa 98,7% dos municípios, a maior parte sendo de fonte de energia solar fotovoltaica. O estado responde por 5,2% da produção nacional e a cidade de Londrina está em terceiro lugar no ranking do estado, sendo responsável por 4,8%.

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