Grupo de trabalho começa a discutir a questão dos moradores de rua

O grupo de trabalho composto por representantes de vários setores (Judiciário, Ministério Público, Assistência Social, Segurança Pública e entidades da sociedade organizada), para o estudo de alternativas de solução para o problema dos moradores de rua, cuja criação foi sugerida pelo procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacóia, realizou seu primeiro encontro nessa sexta-feira (29), na sede da Associação Comercial do Paraná (ACP).

O convite para a reunião foi expedido conjuntamente pela Câmara Setorial de Segurança e Conselho Comunitário de Segurança da Área Central (Conseg), respectivamente coordenados por Rafaela Lupion e Malu Gomes.

A abertura do encontro esteve a cargo do vice-presidente da ACP, Gláucio José Geara, que ressaltou a importância do debate “de um problema que não é novo e conhecido por todos, que requer uma ação conjunta dos poderes constituídos e de toda a sociedade porque envolve uma série de órgãos públicos e privados”.

A coordenação da reunião foi feita pela presidente do Conseg, Rafaela Lupion, que justificou a preocupação da sociedade com a situação dos moradores de rua e agradeceu a presença de representantes de vários órgãos e instituições interessados na questão, frisando que a ideia fundamental “era a formação de um colegiado para em encontros futuros traçar um plano de ação integrado”.

Participaram da discussão inicial a secretária Márcia Fruet, coordenadora da Fundação de Ação Social (FAS), da prefeitura de Curitiba; Rogério Andrade Mulinari, vice-reitor da UFPR; juíza Fabiane Pieruccini e a promotora Maria Aparecida Losso, ambas do setor de Audiência de Custódia do Tribunal de Justiça do Paraná; procurador Cristian Ruara, do Ministério Público Estadual; coronel PM Zanata, comandante do Batalhão de Policiamento da Capital, comandante Stempinhak, da Guarda Municipal; delegada Maritza Haisi, da Polícia Civil; Maurício Figueiredo, da Regional Matriz ; além de representantes da iniciativa privada (Abrasel e Abrabar) e cidadãos curitibanos.

De modo geral, os depoimentos e comentários dos participantes reforçaram o aspecto social da problemática, conforme sublinhou o vice-reitor da UFPR, Rogério Mulinari, tendo em vista a diferenciação das características dos moradores de rua que varia da atração exercida pelos centros urbanizados, o subemprego e o desemprego, as migrações, a precariedade da saúde mental de muitos e a drogadição, até chegar às pessoas egressas do sistema prisional.

Mulinari lembrou que a “universidade quer se somar ao esforço que está sendo proposto, pois tem condições de participar da construção de alternativas para cada um desses grupos de moradores de rua”.

O coronel Zanata, comandante do Policiamento da Capital, reconheceu a gravidade da situação e citou que “muitas vezes a intervenção da Polícia Militar em ocorrências com moradores de rua não é compreendida pela própria sociedade, sendo acusada de agressividade e violência”. Na visão do policial militar o caminho mais indicado para resolver o problema dos moradores de rua “é a sua ressocialização”.

Fonte: Associação Comercial do Paraná

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ACP quer plano conjunto das autoridades para resolver o problema dos moradores de rua em Curitiba

O presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Antonio Miguel Espolador Neto, diretores e conselheiros da entidade resolveram expressar conjuntamente sua preocupação com o agravamento da questão dos moradores de rua em Curitiba. “A situação chegou a seu limite, exigindo providências imediatas a bem da cidade, do comércio e da população”, resumiu Espolador.

O problema tem gerado grande insatisfação, tendo em vista os sérios prejuízos causados ao comércio, e exige a pronta ação das autoridades constituídas. “Num período de retração econômica, os comerciantes, especialmente aqueles estabelecidos na rua XV de Novembro, como já acontece com muitos, podem ter o seu negócio inviabilizado”, comentou.

Observa-se hoje na área central de Curitiba que grande número de pessoas passou a ocupar espaços nas vias públicas, dormindo sob marquises ou nas praças, assim como ocorre também em muitos bairros.

“Essas pessoas, ao invés de perambularem ao relento deveriam ser encaminhadas a instituições aparelhadas e preparadas para oferecer-lhes abrigo digno e, acima de tudo dar a elas a oportunidade de se readequar para o convívio social”, disse.

“Os proprietários de estabelecimentos comerciais têm reclamado de prejuízos, e com razão”, argumentou Espolador lembrando que “muitas vezes os clientes evitam entrar nas lojas por causa da aglomeração de pessoas e até mesmo de animais domésticos”.

No centro, a chamada população em situação vulnerável ocupa vários espaços ao longo da rua XV de Novembro, um dos principais cartões postais de Curitiba e espaço obrigatório de circulação dos turistas que escolhem a cidade para passar parte das férias.

“Além do constrangimento social e da falta da higiene o comerciante que paga impostos tem sido altamente prejudicado porque os colchões e cobertores sujos são estendidos — e ali permanecem – a bem dizer na porta das lojas”, revelou.

Também os transeuntes e moradores das proximidades são prejudicados em seu direito de ir e vir, especialmente em se tratando de pessoas idosas, “que naturalmente temem transitar por esses locais”.

Diante da problemática, o presidente e os dirigentes da ACP apelam às autoridades e entidades representativas da sociedade no sentido da realização de um esforço concentrado para a resolução imediata de uma situação que tende a se agravar.

Segundo Espolador “não está em questão o emprego da violência, do autoritarismo ou de qualquer outro cerceamento fora de controle capaz de gerar conseqüências indesejáveis, mas do estrito cumprimento de obrigações inerentes às autoridades constituídas em termos da manutenção da ordem nos espaços públicos”.

Ao longo do tempo, Curitiba construiu pelo esforço das autoridades e população “um invejável, moderno e respeitado patrimônio urbanístico pelo qual se tornou uma cidade-modelo para o Brasil e o mundo”, lembrou o presidente da ACP, ao lamentar que infelizmente “essa imagem não mais é observada circulando pelas ruas da cidade”.

A seu ver, o que se propõe nesse momento “é a urgente convocação das autoridades e setores afins para a rediscussão do resgate imediato de Curitiba como cidade-modelo, não apenas pelo seu traçado urbano exemplar, as áreas verdes e o sistema público de transporte, além das oportunidades para estudar e empreender, mas em primeiro lugar pelo respeito merecido pelos seres humanos. Esses valores jamais poderão desaparecer”, concluiu o presidente da ACP.

Fonte: Associação Comercial do Paraná

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