Wearable é a evolução da tecnologia móvel, afirmam especialistas da AVG

Hoje em dia, grande parte dos dispositivos “wearable” (termo que significa tecnologias para vestir) dos quais temos conhecimento estão limitados a relógios inteligentes ou dispositivos para prática de esportes, mas há muito mais tecnologia – e tecnologias mais úteis – por vir. Especialistas da AVG Technologies, fabricante de softwares de segurança para computadores e dispositivos móveis utilizados por 177 milhões de usuários, acreditam que nos próximos anos esse tipo de tecnologia será muito mais diversificada e presente em nossa vida cotidiana.

Com alguns especialistas da indústria projetando vendas de 171 milhões de unidades em meados de 2016, esse tipo de dispositivo possivelmente se infiltrará de forma muito variada, atingindo diversos aspectos de nossa vida pessoal, do fitness aos serviços de saúde, da medicina aos cuidados com o bem estar, sem contar os setores de informação e entretenimento. “A aceitação desse tipo de negócio é tida como certa, e a expectativa é de que o crescimento de mercado das empresas que produzem wearables será acima da média do crescimento de mercado consumidor como um todo nos próximos cinco anos”, explica Yuval Ben-Itzhak, CTO da AVG Technologies.

Por trás desse cenário de otimismo, no entanto, estão os crescentes relatos de consumidores relutantes em aceitar essa nova tecnologia. Estudos apontam que problemas de compatibilidade, efetividade e barreiras psíquicas e socioeconômicas são algumas questões que podem impedir a adoção dessa tecnologia.

“Graças à importância dada por usuários e pela indústria nos últimos anos, a privacidade também é entendida como uma das maiores preocupações dos consumidores. O rápido crescimento no uso de wearables e implantes tecnológicos continuarão a aumentar o volume de dados pessoais armazenados. Combine isso a nossa vida que parece eternamente online e veremos que o risco de nossa identidade e privacidade atingirá níveis sem precedentes”, alerta o executivo.

Mas qual é, de fato, a escala de oportunidade atual para wearables? Estamos mesmo preparados para essa nova tecnologia?
Qual o tamanho da oportunidade?
Com diversas empresas disputando a criação da “grande inovação”, grandes nomes trabalhando com foco no mercado de wearables se multiplicam. A empresa de Business Inteligence Berg Insight prevê vendas globais de 64 milhões de dispositivos wearable em 2017. Apesar de haver divergências quanto ao exato índice de crescimento, a única certeza que se tem é de que as oportunidades são enormes e o crescimento dessa demanda virá de uma audiência variada, com três principais drivers: consumidores, empresas e o setor de saúde.

1. Demanda do Consumidor
Para os consumidores, os dois mercados de wearables mais estabelecidos atualmente são o fitness (bem estar e dispositivos de controle pessoal de saúde), e eletrônicos de “infoentretenimento” (palavra que vem da junção de ‘informação’ e ‘entretenimento’) como os relógios inteligentes (smart watches).
Impulsionados por uma série de fatores, desde a preocupação dos consumidores com questões de saúde até a busca pelo corpo perfeito, a expectativa é que apenas com wearables de fitness e saúde o crescimento do faturamento passe de US$1.6 bilhões em 2013 para US$5 bilhões em 2016. Apple, Samsung e Microsoft já estão na disputa pelo mercado wearable, e o Google acaba de pedir autorização de comercialização de seus óculos Inteligentes no Brasil.
2. Demanda das Empresas
Os Wearables representam a nova fase na revolução mobile e serão determinantes para o crescimento em larga escala nos próximos anos, tornando-se um trunfo crucial para as empresas. No último ‘Consumer Electronics Show 2014’, realizado em janeiro, os wearables voltados para negócios foram apresentados como ferramentas ideais para setores como saúde, segurança do trabalho e varejo. Essas soluções incluem aparelhos para controle dos níveis de atividades de colaboradores visando reduzir taxas de seguros, sensores químicos para ajudar em primeiros socorros e sensores de identificação de mudanças climáticas para usos militares, além de dispositivos de comunicação que podem ser acionados sem o uso das mãos (hands-free).
3. Demanda da area da Saúde
Há várias áreas na esfera pública onde os wearables podem ser úteis, no entanto é no setor de saúde, e mais especificamente na área de cuidados com idosos, onde reside o maior potencial de uso. Com a expectativa de vida crescendo em todo o mundo os custos com saúde vêm aumentando consideravelmente e esse é um problema particularmente grave nos países da Europa Ociental, onde existe uma grande proporção de pessoas com mais de 65 anos. Os Wearables têm potencial para revolucionar os custos da área de saúde, permitindo que o monitoramento e os cuidados de saúde possam ser feitos de casa em vez de unidades de saúde.

Em 2012, o mercado mundial de wearables médicos atingiu a marca de US$2 bilhões e a expectativa é de que chegue a US$5,8 bilhões em 2019. Mas uma penetração mais expressiva depende da boa vontade das instituições de saúde em divulgá-los, assim como das seguradoras em financiá-los.

Principais barreiras
Apesar de todas as estatísticas e números citados, uma pesquisa recente, realizada pela Harris Interactive com 2500 pessoas nos EUA, mostra que apenas 3% dos usuários de Internet norte-americanos possuem hoje qualquer wearable ou dispositivo inteligente. A pesquisa mostra ainda que 36% acreditam que um dia poderão utilizar um desses dispositivos, mas 19% disseram que nunca consideraram comprar um wearable. Quase três quartos dos entrevistados disseram ter pelo menos uma preocupação em relação a esse tipo de aparelho, sendo preço, privacidade e real utilidade as questões mais levantadas.

“Como uma empresa de segurança, nossa prioridade nos próximos anos é focar na total transparência e padronização sobre quais dados estão sendo coletados por esses dispositivos, como estão sendo usados, e como os usuários poderão manter o controle sobre sua privacidade. Assim como trabalhamos hoje com soluções que geram proteção à privacidade de nossos clientes em dispositivos não-vestíveis, precisamos pensar em soluções para todos os tipos de dispositivos conectados que possam surgir no futuro, de forma que o controle de privacidade se torne algo independente de dispositivo ou de nível de conexão”, explica Mariano Sumrell, diretor de Marketing da AVG Brasil.

“Está muito claro para nós que os wearables trarão uma mudança inevitável muito importante para nossas vidas no futuro, e têm, sem dúvida, o potencial de fornecer benefícios para inúmeros setores. Mas uma ampla aceitação dependerá da demanda real pelos serviços oferecidos, e se realmente queremos ver essa tecnologia se desenvolver, a indústria precisa dissipar as preocupações que ainda existem em torno de seu uso e trabalhar as várias barreiras para adoção. Somente assim os consumidores e empresas realmente irão realmente abraçar o fenômeno da tecnologia weareble”, finaliza Sumrell.

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Organizações priorizam tecnologia móvel para melhorar a eficiência de TI

Nessa segunda onda da revolução móvel que a sociedade está entrando, o destaque não são os dispositivos, mas sim o que será possível fazer com eles.

Com o intuito de mapear como essa transformação está acontecendo, a IBM publicou, recentemente, um estudo que mostra em que patamar a tecnologia móvel está presente dentro das corporações. A pesquisa “Colocando a mobilidade em primeiro lugar: melhores práticas dos líderes da tecnologia móvel” aponta que o nível de maturidade ainda é baixo, mas as organizações estão priorizando iniciativas de tecnologia móvel para melhorar a eficiência de TI.

O estudo revelou que 49% das empresas líderes na adoção de tecnologias móveis constataram aumento no desempenho dos negócios em relação aos seus concorrentes. Nas companhias que ainda não utilizam a mobilidade esse número foi de 26%. Em relação ao crescimento da receita, 26% das empresas que usam as tecnologias móveis disseram ter obtido expansão de 10% ou mais, esse bom resultado só foi sentido por 14% das marcas que não adotaram a mobilidade em seus negócios.

As empresas que investem na tecnologia móvel têm melhor produtividade de funcionários e interação com clientes, resultando na ampliação das vendas. O estudo também abordou quais as estratégias de planejamento, execução e gerenciamento que levam corporações à liderança. Alguns resultados apontados foram a integração da mobilidade na empresa, a otimização da infraestrutura móvel para acesso e desempenho, além do gerenciamento para obter segurança e eficiência, principalmente pela adoção ampliada da política de BYOD (bring your own device).
Para chegar aos resultados, foram ouvidos 361 executivos de TI de sete países, incluindo o Brasil.

Dentro do plano de expansão do portfólio de mobilidade estão inseridas as aquisições de dez empresas nos últimos quatro anos. O recente contrato assinado entre a IBM Brasil e a Apple permitirá à IBM vender diretamente aos seus clientes os produtos iPad, iPod e Mac com um pacote de serviços de mobilidade mais competitivo. Entre os serviços disponíveis para os equipamentos móveis estão a preparação e configuração dos dispositivos antes de serem entregues aos usuários finais; gerenciamento e controle remoto; e manutenção de hardware e software com gestão da garantia e inventário.

A IBM acredita que a mobilidade transformará a forma como muitos segmentos de negócios atuam, assim como a internet mudou totalmente segmentos como bancos, viagens e a saúde.

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