Escola de Negócios aponta Atlético Paranaense como líder nacional em gestão no futebol

Desenvolvido pela Maksen Consulting e pela Trevisan Escola de Negócios, o Índice de Desenvolvimento Esportivo (IDE) avalia os clubes brasileiros desde seu desempenho esportivo, econômico e social, até sua gestão organizacional.

O Atlético Paranaense é o primeiro colocado no Índice de Desenvolvimento Esportivo (IDE) desenvolvido em conjunto pela Maksen e pela Trevisan. Internacional e Vitória foram segundo e terceiro colocados, respectivamente, em um índice que leva para o esporte métricas de desempenho utilizadas pelo “mundo corporativo” com o intuito de medir a performance e contribuir para a maior profissionalização de gestão das entidades esportivas brasileiras.

“O baixo rendimento esportivo do Brasil em Olimpíadas e Mundiais, os fortes compromissos financeiros assumidos por governos e destinados à manutenção do esporte no Brasil e a complicada situação financeira e altos e baixos dos clubes de futebol foram os motivadores desse estudo”, afirma Fernando Ruiz, sócio da Maksen. “A não conquista da Copa do Mundo 2014 apenas confirmou a necessidade de medir, mapear e efetivamente agir na gestão esportiva brasileira, como propõe o IDE, que já estava sendo desenvolvido por nós desde maio deste ano”, complementa Ruiz, lembrando da não existência de índices similares.

Fernando Trevisan, sócio da Trevisan Escola de Negócios, explica que diferentemente de outros índices esportivos, que normalmente fazem um ranking apenas, o IDE possui um foco analítico e é capaz de, além de comparar o desempenho de clubes, sinalizar pontos menos desenvolvidos e propor oportunidades de melhoria. “O IDE tem o intuito de auxiliar a tomada de decisões, apoiando a evolução da gestão do clube e entendendo seus resultados”, diz Trevisan.

O IDE é dividido em três subíndices: Ativos, Gestão e Resultados, que compreendem dez pilares e dezenas de indicadores e subindicadores. Foram selecionados os 30 clubes mais relevantes do Brasil com base em resultados esportivos, receita e torcedores e, destes, 15 enviaram as informações e foram os participantes do IDE 2014.

O Clube Atlético Paranaense alcançou a primeira posição, destacando-se no Subíndice Resultados. O clube se destacou em Infraestrutura, Desenvolvimento do elenco e, em especial, em Resultado social. O clube publica o balanço social desde 2003 e faz investimentos em programas de esportes voltados à inclusão social e educação, possuindo colaboradores diretamente envolvidos nesses programas. Apenas um dos programas, o projeto social Escola Furacão, atende mais de 2.500 crianças em quatro estados brasileiros, chamando a atenção de organizações internacionais. Além disso, o Atlético-PR foi um dos primeiros clubes do país a conseguir o certificado Clube Formador, concedido pela CBF, e faz parcerias de intercâmbio com universidades para que alunos estrangeiros conheçam de forma prática um clube de futebol brasileiro.

O Internacional de Porto Alegre, segundo colocado no ranking, se destacou em outros itens como Infraestrutura, Responsabilidade Administrativa, Desenvolvimento do Elenco e Marca. “O clube mostra a importância de uma gestão equilibrada e estruturada em diversas frentes”, avalia Ruiz, já que apesar de não ter sido 1º em nenhum dos sub-índices, foi top 5 nos três (Ativos, Gestão e Resultados).

O Vitória foi a grande surpresa, principalmente por ser de fora do eixo Sul-Sudeste, ficando na terceira colocação do IDE. O time foi o primeiro colocado em Gestão, com destaque para as áreas de Recursos Humanos, Governança, Captação e Gestão do Elenco, Desenvolvimento do Elenco e Resultado Social. Somando se a isso, em 2013, o clube foi campeão do Campeonato Baiano, quase se classificou para a Libertadores, ficando em quinto lugar no Campeonato Brasileiro. “A Governança foi um dos pontos altos do Vitória. O clube possui uma moderna prática de gestão que ainda é incipiente no Brasil, com um comitê de governança corporativa onde todos os seus conselheiros são independentes, ou seja, não possuem qualquer vínculo atual ou passado com o clube, inclusive por parentesco com os seus dirigentes”, ressalta Ruiz.

O quarto colocado no IDE, o São Paulo, ficou em primeiro lugar em Ativos, quesito que envolve a Infraestrutura e os Recursos Humanos. O maior destaque em Infraestrutura ficou por conta dos três centros de treinamentos específicos que o clube possui: um centro de formação, um de treinamento e um de avaliação. “Em conjunto eles são bem completos, inclusive com centro de reabilitação de lesões, centro de fisiologia do esporte e equipamentos para análise de desempenho dos atletas”, complementa Trevisan. Os resultados financeiros também foram destaque no São Paulo, especialmente pela venda de atletas em 2013.

Fechando os top 5, o Cruzeiro ficou na quinta posição, especialmente por causa do seu desempenho em Organização e em Captação e Gestão do Elenco. O clube utiliza ferramentas e abordagens profissionais de gestão (ex.: sistema integrado de gestão – ERP, gestão do relacionamento com clientes – CRM, entre outras), faz mais de uma pesquisa de satisfação dos torcedores por ano e todos os gestores são profissionais, com remuneração atrelada ao desempenho. No que diz respeito à Captação de Elenco, em 2013 o clube contratou formalmente dezenas de atletas e mostrou o reflexo das boas contratações com resultados esportivos inquestionáveis – campeão mineiro de 2014, vice-campeão da Copa do Brasil em 2014 e bicampeão brasileiro (2013 e 2014). “O Cruzeiro possui olheiros para a base e realiza anualmente o maior número de peneiras entre os clubes do estudo”, comenta Trevisan.

A nota média do IDE entre todos os participantes foi de 54,5 pontos, o que remete ao fato de que, em média, quase metade das melhores práticas de gestão profissional não é realizada ou implantada pelos clubes de futebol brasileiros. “Os clubes brasileiros ainda possuem um longo caminho pela frente, pois o melhor clube brasileiro conquistou apenas 68,3% dos pontos possíveis”, analisa Trevisan.

De acordo com Ruiz, poucos clubes fazem planejamento estratégico, com objetivos e planos de ação de médio e longo prazos, ou mesmo possuem remuneração por resultados, políticas salariais e planos de carreira para a área administrativa. Para Ruiz, a adoção de ferramentas formais e uma gestão mais profissionalizada minimizariam as fraquezas de cada clube, traria maior produtividade, eficiência no uso de recursos e, consequentemente, geraria mais resultados, separando o gestor do torcedor.

Sobre as entidades organizadoras do IDE
A Maksen é uma empresa de consultoria global com escritórios na Europa, África e América Latina. No Brasil há vários anos, possui forte atuação em Gestão e Estratégia, atuando em serviços de Consultoria, Engenharia, Tecnologia e Outsourcing de serviços para os mais diversos setores.

A Trevisan é uma tradicional escola de formação e capacitação em gestão, possuindo também forte atuação em gestão e marketing esportivo, promovendo e realizando diversas pesquisas, cursos e estudos aplicados ao esporte, além de serviços de desenvolvimento de carreiras e publicações especializadas na área esportiva.

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