Voice Commerce: a revolução na maneira de comprar online

Por Rodrigo Martucci, CEO e fundador da Nação Digital

Especialistas da Gartner apontam que os pioneiros a usarem voz no e-commerce vão conquistar até 30% a mais no faturamento.

Acredito que ninguém quer, propositalmente ficar fora dessa tendência. A questão é: O que você está fazendo para se preparar e chegar na frente?

Com um bom planejamento já, o resultado daqui uns anos pode ser a colheita dos sonhos.

Overview do mercado de voz

Um estudo feito pela Adobe no final de 2018 aponta que mais da metade da população irá ter um assistente de voz dedicado (smart speaker) já no começo de 2019.

Os “smart speakers” começam a ser usados geralmente para consultar a previsão do tempo e escutar música. Mas conforme os usuários vão se acostumando com a tecnologia e se sentindo mais confortáveis em conversar com uma máquina, o uso varia para perguntas gerais, rotas e o que nos encanta: compras.

Nos Estados Unidos, 35% das pessoas que possuem smart speakers relatam que já fizeram compras através do dispositivo. Os nichos de maior tendência são aqueles de compra mais recorrente onde o processo de escolha é simples, como ítens de supermercados principalmente.

O estudo aponta também que a maioria das pessoas que não compra pelos dispositivos de voz, os usam para criar listas de compras, comparar preços e iniciar a busca por produtos.

As dificuldades do mercado brasileiro

Como a tecnologia de reconhecimento de voz é relativamente nova e constantemente melhorada, as línguas com o menor número de pontenciais usuários acabam ficando sempre em segundo plano.

O assistente de voz do Google para o Google Home (smart speaker do Google) só saiu no fim de 2018 e já atuava em outros mercados desde 2016. O Amazon Echo e seus dispositivos similares ainda não estão disponíveis em português. O Homepod da Apple também não tem previsão de lançar as funcionalidades em português.

No campo de compras via voz, no Brasil teremos 2 grandes desafios, além da linguagem:

1 – Para fazer uma busca no Google e a partir daí fechar uma compra, existe todo um processo de catalogação, descrição, checkout e pagamento que alguma plataforma irá ter que resolver. O Google já está com a Google Express que permite esse trâmite, mas a velocidade que isso vai chegar no Brasil é questionável.

2 – A segurança. Segurança ainda é uma das maiores barreiras do e-commerce no Brasil. Inserir os dados do seu cartão em um dispositivo de voz e depois efetuar tudo sem uma camada extra de verificação traz a percepção de insegurança para o consumidor. Como ainda sofremos muito com fraudes, isso pode ser especialmente delicado para os brasileiros.

Como funcionam o Google Assistante e Amazon para compras online

Uma das primeiras perguntas que eu fiz foi: Como preparar um e-commerce para que possa receber pedidos via voz? A resposta é que não vai ser tão simples assim. Como os assistentes de voz são controlados nesse caso pelo Google e pela Amazon, até o momento, todas as compras têm que passar por eles. Qualquer compra que você fizer hoje em um dispositivo de voz, vai passar pelo marketplace da Amazon se for via Alexa e pelo Google Express (explicação abaixo) se for pelo Google Assistant.

Amazon:

Nos países que já rodam oficialmente, você consegue comprar produtos digitais e produtos físicos através da voz.

A Amazon concentra todos os dados dos produtos que podem ser de qualquer vendedor, desde que sigam os guidelines da Amazon. A Amazon também é responsável por captar e armazenar os dados de pagamento do usuário para que ele possa finalizar a compra com “one click”, que nesse caso é a confirmação por voz.

Para passar por todo o processo sem ter que acessar um computador ou um smart display, é necessário ter uma conta na Amazon com os dados de pagamento.

Existe já a possibilidade de desenvolver aplicativos que usam a tecnologia da Alexa para desenvolver outros tipos de atividades, como ensinar uma língua estrangeira por exemplo.

A nossa expectativa é que no futuro, esses aplicativos dentro da plataforma Alexa também permitam compras fora do marketplace da Amazon.

Google:

O Google Assistant já está disponível no Brasil, foi o pioneiro a se adaptar ao nosso mercado. Mas em relação a compras via voz, ainda não temos nada concreto.

A empresa, no que é relacionado a compras por voz, começa a implantar um sistema que mistura comparações de preços (como o Google Shopping) com o processo de pagamento.

Para a experiência completa via voz, o Google tem o Google Express. Essa é uma plataforma que já conecta as buscas feitas na plataforma a mais de 40 grande varejistas como Walmart e Target.

Através do Google Express, as empresas linkam seus produtos e o Google cuida do resto: listar, ditar via voz, checkout e pagamento.

O modelo já está ativo e a expectativa é de rollout para mais varejistas. O interessante é que vai ser adotado um modelo de custo por venda ao invés do custo por clique. Algo que pode até custar um pouco mais, mas retira o risco de marketing da mão do anunciante.

Passos a serem tomados agora:

1 – Ajuste o seu SEO para voz. É quase impossível usar as buscas no assistente de voz da mesma forma que na escrita. É comum ver alguém tratando o assistente de voz como uma pessoa, inclusive usando “por favor” e “obrigado”. Por exemplo: se você precisa comprar fraldas, faz uma busca por “fraldas” ou até “fraldas perto de mim” no Google. Com o assistente, você perguntaria “Onde posso encontrar fraldas o mais perto possível?”. É pra essa diferença que precisamos nos preparar, utilizando muito mais estratégias longtail que demonstram a intenção do usuário.

Descrições de produtos também precisam ser repensadas para serem simples e diretas. Assistentes já tendem a focar em informações mais curtas devido ao fato de que ninguém quer ficar ouvindo algo muito longo.

2 – Começar a experimentar com aplicativos Alexa, para iniciar o processo criativo de como você pode ajudar o cliente. A Johnny Walker fez um aplicativo fantástico que auxilia a pessoa a escolher o melhor scotch, além de tirar dúvidas e contar a história da marca.

3 – Inscreva-se para o Google Shopping Actions (http://www.google.com/retail/shoppingactions/) para mostrar seu interesse em comercializar produtos através da plataforma do Google Express.

4 – Fique de olho nas tendências de compras e buscas por voz. Você pode ter produtos e até serviços que têm um fit perfeito com essa nova forma de interagir com o consumidor.

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Análise de dados: a tendência que fará sua empresa crescer em 2019

Por Márcio Viana

Final de ano é momento de planejar as ações para o próximo período, com a definição de metas que ajudem a empresa a alcançar seus objetivos. Nesse cenário, a análise de dados torna-se cada vez mais vital: em tempos de big data, com previsão de que até 2020 sejam gerados 44 trilhões de gigabytes, é necessário que a informação seja tratada com seriedade, com a extração de insights que vão realmente embasar as novas estratégias.

Para chegar a esses números, as companhias devem consolidar seus dados e analisar os resultados para entender a evolução histórica e novas oportunidades. Enquanto algumas levam dias ou semanas nesse processo, outras se beneficiam da tecnologia, com a extração imediata de dados organizados em softwares, que auxiliam no processo de gestão. Além da rapidez na obtenção de informações, há também a segurança e a integridade dos dados, que correspondem de maneira fiel às movimentações empresariais.

A análise de dados (analytics) tem se tornado uma tendência em um mundo cada vez mais imediatista. Para se alinhar às necessidades dos clientes, a tomada de decisões passa a demandar agilidade e isso só é possível em companhias que estão buscando se transformar digitalmente. Com indicadores precisos e confiáveis, é possível ter mais inteligência nas decisões, que passam a mapear futuras necessidades e potenciais nichos de mercado – alguns até não explorados.

Nesse cenário de tendências, a inteligência artificial desponta como ferramenta para automatizar a análise, contextualizando a grande massa de dados e gerando ideias em uma velocidade nunca vista anteriormente. As próximas etapas se tornam previsíveis nessa dinâmica, que ainda ganha portabilidade com o uso de dispositivos mobile, com consultas sendo efetuadas a qualquer momento e em qualquer lugar. Dessa forma, a gestão se torna dinâmica o suficiente para que o responsável possa encontrar as respostas na velocidade demandada pelo mercado, sem perder a assertividade que fará o negócio crescer.

As empresas que vão crescer no próximo ano já deram início a essa estratégia em 2018, e isso aconteceu quando decidiram utilizar a tecnologia como base para a geração de ideias e novos negócios. Colocar a gestão assertiva como prioridade, com investimentos para gerenciamento de dados e segurança da informação, são passos importantes. E serão etapas imprescindíveis com a nova Lei Geral de Proteção de Dados que, além de regular os dados que poderão ser armazenados, demandará processos mais eficientes para o armazenamento de informações, afetando a maneira como as informações serão utilizadas.

Na hora de planejar as próximas ações, se um sistema de gestão ainda não faz parte dos seus objetivos, saiba que é hora de considerá-lo. Somente assim será possível não só atender ao cliente da melhor forma, mas, também, estar alinhado aos desafios de um mercado volátil e desafiador, e, principalmente, preparado para tomar as decisões certas no momento exato.

Márcio Viana, diretor executivo da TOTVS Curitiba

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Vendas no e-commerce crescem e apontam para a tendência do omnichannel

Por Vanderlei Kichel

A crescente presença do varejo no universo virtual fez com que as vendas do setor, via comércio eletrônico, atingissem 2,3 trilhões de dólares no último ano em todo o mundo, de acordo com a pesquisa da eMarketer.

E quando avaliamos os negócios do varejo de moda e têxtil, a consultoria DOM Strategy Partners afirma que 67% das empresas deste segmento vão focar suas atuações digitais em lojas virtuais, tendo um incremento de aderência na casa dos 5% em relação ao ano passado.

São números expressivos, que trazem consigo a necessidade da operação online se integrar à loja física para fomentar a inovação do varejo. O conceito de multicanalidade tem como desafio sentir na pele o dia a dia da dinâmica de operar em uma loja física integrada à virtual. Isso permite identificar pontos de melhoria na tecnologia de integração, bem como nos processos omnichannel.

É um a iniciativa que envolve não somente a tecnologia, mas o treinamento e o acompanhamento tanto da equipe, como do backoffice da loja, que abrange estoque, logística e questões fiscais, entre outros pontos.

Ter uma ferramenta que integre todas as informações das operações física e digital promove não só a ampliação das vendas, mas também o avanço no processo de compra do cliente.

É uma via de mão dupla. À medida em que os lojistas que têm atuação regional melhoram a visibilidade de suas marcas e expandem seu território de atuação, realizando vendas em todo o Brasil, os clientes têm mais comodidade e acesso ao realizar compras por meio da versão virtual.

Este é o momento de apoiar os lojistas na presença virtual por meio do e-commerce para, posteriormente, prepará-los para as novidades que virão em prol de uma jornada de compra mais assertiva acompanhada de uma experiência mais relevante.

Contudo, ainda há muita margem de melhorias nas lojas tradicionais, que resulta no estímulo em frequentar a loja física. O cliente deve ser priorizado em todos os pontos de venda, seja ele off-line ou online. E, para isso, a integração das tecnologias é primordial para suportar o autoatendimento em toda a cadeia de valor do setor, da indústria ao consumidor final.

Vanderlei Kichel, CEO SetaDigital, software house especializada no varejo calçadista

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Inovar é também gerenciar

Por Marcio Viana

Ter boas ideias, apesar de parecer algo raro, é mais comum do que você imagina: a cada momento pensamos em diversas soluções para os mais complicados problemas, mesmo que sejam mudanças simples. Entretanto, elas podem ser mais efetivas do que uma grande reestruturação, surtindo os resultados que vão servir exatamente para gerar a transformação que buscamos.

Nessa nuvem de novas sugestões, vemos que muito se perde por alguns motivos. Um deles é falta de confiança, que faz com que as pessoas sintam-se constrangidas em sugerir algo por pensarem que suas novas propostas são insuficientes ou até bobas. Outro ponto é o medo de tentar algo diferente, já que isso requer esforços e demanda responsabilidades pelos resultados, sejam eles quais forem. Há ainda a falta de vontade e desmotivação, que faz com que a pessoas procrastinem suas atividades e não se esforcem em busca de novas ideias e novas conquistas. Nesses casos, elas até sabem o que deve ser feito, mas não encontram ânimos para dar início a essas tarefas. Mas ainda há um outra razão, que é simplesmente a falta de gerenciamento da inovação: as ideias já existem e são reconhecidas, mas não são incentivadas a terem vida própria. Afinal, quantos projetos sensacionais você já criou em sua cabeça e que nunca nem ganharam o mundo material, sendo transcritos ou melhor detalhados?

A cultura inovadora demanda rapidez e aceitação do erro como maneiras de legitimar as tentativas. Demorar para fazer a ideia virar realidade pode fazer com que ela perca o seu diferencial e abra espaço para que a concorrência dê um passo à frente e implemente exatamente a mesma solução. Entretanto, ao não proporcionar um gerenciamento da inovação, pode-se incorrer às mesmas falhas, perdendo literalmente tempo e investimento em propostas inadequadas aos resultados pretendidos. Ou seja, em qualquer uma das opções, quem sai perdendo é a empresa.

Nem sempre é preciso apresentar um produto completo para o cliente, mas a preocupação com as funcionalidades existentes é muito importante. Na época da efemeridade e da instantaneidade, a experiência não pode ser renegada pela inovação. A primeira impressão ainda possui um peso importante nesse processo e, por isso, é importante tratar novos lançamentos e ideias com a mesma seriedade dos produtos e serviços que são a base do negócio. Se o cliente ainda não está adepto à marca, fica mais difícil suportar essas falhas e, como se sabe, pode ser que o concorrente já esteja no mercado com a mesma ideia – mas melhor estruturada.

Independentemente se é o lançamento de algo inexistente ou a melhoria do que o público já conhece, o processo de inovação, gerenciamento, mapeamento e acompanhamento do mercado tornou-se vital para elevar a performance do negócio, ainda mais em momentos de recessão e desafios econômicos. Somente assim é que as companhias poderão fazer com que o empreendimento seja sustentável, mais econômico e competitivo.

Marcio Viana, diretor executivo da TOTVS Curitiba

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EFD-Reinf: sua empresa está preparada para mais um desafio do Fisco?

Por Jean Soares, Delivery Manager da área de TAX Compliance da FH

As exigências do Fisco quanto à apuração e entrega das obrigações trazem constantes preocupações para os profissionais da área tributária, dentre elas está a Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária – EFD-Reinf. A entrega desta obrigação teve início em maio deste ano, inicialmente para empresas com faturamento acima de R$ 78 milhões registrado em 2016. A próxima entrega está prevista para o dia 15 de fevereiro de 2019, sendo janeiro o mês de referência. A regra se estenderá para as empresas enquadradas no Simples Nacional e entidades sem fins lucrativos, quanto aos fatos ocorridos a partir de 1° de julho de 2019. Por fim, quanto aos entes públicos e organizações internacionais, ainda não há prazo estabelecido.

A EFD-Reinf surgiu com o objetivo de complementar o e-Social, centralizando as retenções de contribuintes sem relação com o trabalho. É a obrigação acessória do sistema Público de Escrituração Digital, que substitui a DIRF no que diz respeito aos tributos federais retidos na fonte, e o bloco P da EFD Contribuições, que apura a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). Mas, afinal, quais os principais desafios para as empresas que necessitam realizar a entrega no início de 2019?

No primeiro momento de vigência da Reinf, a Receita Federal exige somente as informações relacionadas às retenções previdenciárias, tanto no que diz respeito aos serviços prestados como aos serviços tomados que impliquem cessão de mão de obra. Para as outras retenções (IRRF e CSRF), a Receita ainda divulgará os prazos específicos de início de vigência.

O envio das informações é feito por meio de um sistema de mensageria com especificações que atendam o leiaute de informações estabelecido pela Receita Federal. Neste sentido, soluções fiscais podem viabilizar a entrega, garantindo velocidade na execução com análise dos dados anterior às remessas, a fim de mitigar riscos e contemplando a conciliação entre a área fiscal e a contabilidade e, dessa forma, o compliance.

Quanto às penalidades em relação ao atraso, entrega com erro ou omissão do EFD-Reinf, primeiramente, o contribuinte será intimado a apresentar a declaração original e, no caso de não realizar, ficará (em regra) sujeito à multa de 2% ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o montante dos tributos informados na EFD-Reinf, ainda que integralmente pagas. No caso da falta de entrega da declaração ou transmissão após o prazo, ficará limitada a 20% e R$ 20,00 para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas.

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Selo Agro+ Integridade precisa avançar no Brasil

Por Emerson Melo

A Operação Carne Fraca foi deflagrada em março de 2017. Desde então, em decorrência desse escândalo, calcula-se que o Brasil tenha deixado de exportar mais de US$ 2,7 bilhões em carnes e frangos, segundo estimativa da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Naquela época, nenhuma empresa do agronegócio havia aderido ao programa Empresa Pró-Ética, da Controladoria Geral da União (CGU), concedido a empresas comprometidas com prevenção, detecção e remediação de atos de corrupção e fraudes nos negócios. Mais recentemente, a iniciativa alcançou, em sua última edição, 375 empresas inscritas, com 198 cumprindo as exigências, mas, ao final do processo, apenas 23 reconhecidas pelo programa (6,13% do total de inscritas).

Em dezembro de 2017, em um esforço para melhorar a imagem do agronegócio, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) resolveu agir e lançou o selo Agro+ Integridade para induzir no setor o combate à corrupção e a adequação aos requisitos ambientais e sociais.

Trata-se de uma espécie de certificação com validade de um ano para premiar empresas que, reconhecidamente, adotam práticas de governança e gestão capazes de evitar desvios de conduta e de fazer cumprir a legislação, incluindo boas práticas de gestão de integridade, ética e sustentabilidade. Os requisitos para o selo Agro+ Integridade estão associados a quatro enfoques: anticorrupção, trabalhista, sustentabilidade e avaliação.

A adesão é voluntária e não tem nenhum custo envolvido, sendo as candidatas aprovadas ou recusadas por um comitê gestor integrado por representantes do governo, de organizações da sociedade civil e de entidades empresariais. Entre os principais objetivos do selo, estão: estimular a implementação de programa de integridade, ética e de sustentabilidade; conscientizar empresas do agronegócio para o enfrentamento de práticas concorrenciais corruptas; reconhecer boas práticas; mitigar riscos de fraudes nas relações entre o setor público e as empresas do agronegócio.

Embora ainda faltem informações mais claras sobre como as organizações do setor e seus líderes estão reagindo, o que há de concreto é que, pouco mais de um ano após a deflagração da operação citada, a procura pelo selo foi extremamente baixa se comparada com o volume de 70 mil empresas do agronegócio. Somente mil organizações, aproximadamente, começaram a preencher a candidatura, mas apenas 26 completaram os requisitos exigidos na primeira edição do selo. Isso corresponde a 2,6% das que iniciaram o cadastro e irrisórios 0,03% do número total estimado de organizações do setor.

Comparando o total de empresas com a quantidade de organizações que evoluíram na questão, e adicionando a isso o baixo volume de eventos sobre o tema, a maior parte das empresas ainda precisa impulsionar suas ações para obterem este reconhecimento o mais rápido possível. Retomando o escândalo citado, e as tendências nacionais e globais de evolução de mecanismos de compliance em todos os setores, ainda há um extenso caminho a ser percorrido.

Sendo o selo Agro+ Integridade uma ótima iniciativa, cabe aos líderes do agronegócio a tarefa de alinhamento com o ambiente regulatório sobre os temas de anticorrupção, ética e sustentabilidade. Somente dessa forma, as organizações do setor cumprirão normas legais e regulamentares para evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer, estando em compliance e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.

Emerson Melo, sócio-líder da prática de Compliance da KPMG no Brasil.

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Empreendedor: a carreira da nova geração

Por Eros Jantsch

Que a nova geração está mudando a forma como nos relacionamos com o mundo, nós já sabemos, mas essa “safra” de jovens está transformando, também, o mercado de trabalho. E, não apenas no sentido de buscar ambientes mais informais e flexíveis, ela está redefinindo o que sabíamos sobre carreira.

São pessoas que cresceram na era da Internet e que se encantam cada vez mais com os mantras “quero ser meu próprio patrão” ou “crie uma startup de sucesso”. A inspiração, é claro, vem dos tempos atuais, em que empresas como o Facebook, que é comandada por um jovem de 33 anos, Google, o Uber, Netflix, Airbnb e Spotify são exemplo de negócios empreendedores que deram certo.

As profissões tradicionais até podem seguir em pauta – mesmo porque muita gente ainda quer ser engenheiro, por exemplo, mas, aos poucos, o empreendedorismo começa a ganhar mais e mais espaço. Agora, surgem algumas perguntas: o ato de empreender pode ser considerado uma carreira? Como estar preparado para seguir essa opção? Terei que responder em etapas – Sim! Claro que é um caminho profissional, porém, que exigirá conhecimentos específicos para fazer isso dar certo – não só para abrir o negócio, mas para mantê-lo funcionando!

A cultura empreendedora é algo mais recente por aqui, no Brasil, e foi impulsionada, principalmente, pela crise econômica, que deixou milhares de pessoas sem um emprego formal e “obrigou” muitos a se aventurarem por conta própria. Entretanto, quem quer seguir uma carreira autônoma, dificilmente encontra em uma faculdade tradicional, a instituição que vai prepará-lo para isso.

Se analisarmos o conteúdo do que é lecionado em uma dúzia de universidades, vamos nos surpreender ao perceber que a maioria dos cursos de graduação brasileiros forma estudantes para seguirem trajetórias em empresas ou investir na carreira acadêmica. O tema empreendedorismo, quando muito, é tratando em atividades extracurriculares.

O problema da falta de preparo é que muita gente abre um negócio sem ter nenhuma noção de gestão e, aí, a chance de uma parcela grande terminar dentro da estatística do Sebrae – que diz que a taxa de mortalidade nas microempresas é de 45% nos dois primeiros anos de existência – é gigante.

Hoje, pouquíssimas instituições consideram a possibilidade dos seus alunos partirem para a carreira de empreendedorismo quando terminarem os seus cursos. A grande deficiência do ensino superior é justamente essa defasagem no conteúdo programático diante de novos tempos.

Por exemplo, no curso de odontologia, ter aulas sobre noções básicas de administração e fluxo de caixa, poderia ajudar muito o futuro dentista que vai abrir o seu consultório. Mas, infelizmente, ele só vai aprender tudo isso na prática, errando e, quem sabe, até falindo.

Se o empreendedorismo fosse considerado realmente uma alternativa profissional, aulas que tratem de assuntos essenciais para a sobrevivência de uma empresa seriam parte do grade curricular de todos cursos. Disciplinas que preparam para lidar com gestão de pessoas, contabilidade, obrigações fiscais e por aí vai, seriam no mínimo, parte opcional do currículo.

Com tanta gente empreendendo, é necessário mostrar para a nova geração que esse caminho é uma opção de carreira sim, mas que sem os conhecimentos essenciais, ela não vai decolar.

Eros Jantsch é vice-presidente de Micro e Pequenos Negócios da TOTVS.

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A importância do compliance e os reflexos no mercado brasileiro

Por Juliana Oliveira Nascimento

A instituição de um programa de compliance nunca foi tão discutida como nesses últimos anos no Brasil, vindo ao encontro das surpreendentes revelações advindas das investigações e dos casos de corrupção apresentados no panorama brasileiro. Diante desses fatos, pode-se evidenciar como as organizações envolvidas nos escândalos sofreram consequências diretas na reputação, além de perdas financeiras, de negócios e de valor no mercado. Sim, a reputação. Muito valiosa e, quando atingida, reflete diretamente a imagem e o nome da empresa. Logo, ocasionando uma repercussão que, dependendo do caso e do impacto, fazem com que algumas companhias cheguem a cogitar a alteração do seu nome, de tão marcada negativamente que ficou perante o mercado brasileiro e global.

Imediatamente, essas circunstâncias demonstram a realidade da corrupção que não se pode e não se deve mais ocultar. Os fatos divulgados na imprensa têm levado muitas empresas a compreender a seriedade de mais controle dos seus atos, o que engloba também os seus stakeholders. As instituições passaram a notar como imprescindível atuarem com proeminência da ética, comprometimento da alta direção e a consolidação da cultura corporativa em prol do compliance – sendo relevante, neste sentido, o fortalecimento da Governança Corporativa e a criação de programas de conformidade, fundados sob a perspectiva do planejamento estratégico da organização.

Além disso, cabe salientar que o compliance deve ser aplicado de forma efetiva e não somente um programa existente para outros verem – uma vez que compliance que não é real, não é compliance. Nessa conjuntura, o programa de integridade deve estar pautado em prevenção de riscos de fraude e corrupção, mas, também, na adequação das corporações às questões legais e regulatórias, específicas ao setor no qual atua. Muitos entendem que o investimento é elevado; todavia, não se pode deixar de lado que o comprometimento das empresas trazem muitos benefícios vindouros à própria companhia e ao país – que hoje se encontra, ainda, desacreditado pelos investidores.

A perda de confiabilidade do Brasil foi corroborada com o rebaixamento das notas de crédito pelas três agências de risco que possuem maior visibilidade no mundo. Primeiramente, pela agência Standard & Poor’s, em seguida pela agência Fitch Ratings, e depois pela Moody’s, um marco no retrocesso da economia brasileira. Diante disso, se evidencia que uma das causas desse decréscimo econômico deu-se pela instabilidade econômica e política brasileira decorrentes da corrupção confirmada na maior investigação em curso: a Operação Lava Jato.

O Brasil é um país com imensa possibilidade de crescimento, mas a corrupção é um anacronismo, visto que impacta diretamente no desenvolvimento econômico, afeta a justiça social, bem como o Estado de Direito; por conseguinte, convém ser combatida de forma contundente. Vislumbra-se que tanto o mercado, quanto a sociedade, não têm perdoado as companhias flagradas em atos ilícitos e fraudes, visto que apresentam uma posição de verdadeiro repúdio às empresas envolvidas com a corrupção.

Aliás, nessa perspectiva, não se pode esquecer que ações como esta remetem a uma via de mão dupla. Quando uma fraude é descoberta, com operação e denúncia deflagrada, automaticamente os mercados rebatem negativamente e conjecturam as suas consequências. Inevitavelmente, suscita reflexos na economia do país, além de perdas – de reputação, financeira e de credibilidade, que são inestimáveis para a sustentabilidade corporativa. A realidade atual não permite escolhas erradas, pois os resultados são calamitosos, principalmente em decorrência da crise econômica.

Desse modo, manter-se no mercado, nos dias de hoje, é um desafio que as companhias devem enfrentar, tendo como enfoque uma atuação íntegra em seus negócios. Sendo assim, não se admite a existência de “lacunas”, como a falta de lisura que venha a colocar em risco o progresso e futuro da empresa. Esse é o momento de concretizar profundas transformações desse cenário com ações de prevenção, inclusive com a instituição do compliance, sendo essencial que as organizações ponderem para a sua efetivação. Espera-se que façam isso para seu próprio aprimoramento e engajamento de mais transparência, de modo que a integridade e a ética sejam o eixo central da condução dos negócios, reverberando, consequentemente, no crescimento e no fortalecimento da boa reputação.

Sob esse prisma, essa mudança demanda o comprometimento de todos os envolvidos, mas no fim, valerá a pena. Afinal, quando se trata de negócios, a ética, a integridade, a transparência e a boa-fé são bases fundamentais para o desenvolvimento, bom êxito e a sustentabilidade da companhia no mercado, bem como, para a economia do país.

Juliana Oliveira Nascimento, advogada especialista em Compliance, mestre em Direito e coordenadora do MBA em Governança Corporativa, Riscos e Compliance da Universidade Positivo (UP), de Curitiba (PR).

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Qual a importância do propósito no planejamento?

Por Rodrigo Ribeiro, especialista em vendas no setor calçadista e parceiro da SetaDigital

Como o próprio mundo nos indica, a única certeza que temos é de que tudo à nossa volta uma hora vai mudar. Sendo assim, adequar-se às novas circunstâncias de mercado, tais como perfil de consumo, técnicas de gestão e estratégias de produtividade é uma condição de sobrevivência.

Destaque especial para um dos maiores desafios da atualidade: planejar a médio e longo prazos em um cenário flutuante. Parece impossível, mas, quando temos um propósito em nosso planejamento, o futuro imprevisível passa a ser um desafio a ser conquistado no presente.

O propósito é o alicerce que mantém o planejamento vivo em qualquer circunstância apresentada em todos os cenários de nossa vida. Durante muitos anos ouvíamos a seguinte frase: “Você precisa andar no trilho”! Esta expressão caiu por terra, devemos trilhar nosso caminho, nos moldando a todas as condições que são apresentadas em nosso cotidiano.

Devemos ter a clareza que um planejamento nasce para ser um guia, mas ele não pode se engessado, porém adaptado aos novos modelos mercadológicos que constantemente nascem e mudam em todos os locais do mundo. Quando temos um propósito forte, tendo a consciência que devemos trilhar um caminho permanente de mudanças, o planejamento será a base inicial, mas com adaptações em seu percurso para atingir o resultado final.

Gosto da simbologia do dia mundial das promessas. Isso mesmo: primeiro de janeiro. Todos nós fazemos promessas para o ano inteiro, que na maioria das vezes não dura mais do que simplesmente um ou dois meses. Sabe por quê? Falta propósito, que é a força que nos move em direção à realização de nossas metas. Do que adianta ter velocidade se você não tem direção?

Propósito é dar direção ao planejamento, com uma regularidade de conquistas que, mesmo parecendo morosas, são sólidas e com datas previamente definidas dentro de uma coerência possível de serem realizadas.

Sabemos que estamos trilhando pelos caminhos da incerteza e o propósito vai garantir a resiliência de seguir em frente, afinal de contas é de batalha que se vive a vida. Qual é o seu propósito de vida?

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Punir os culpados, salvar as empresas – Por José Pio Martins

O terremoto moral e jurídico que se abateu sobre o grupo de empresas da família de Joesley e Wesley Batista, com a Holding J&F e as unidades industriais da JBS à frente, levanta uma importante questão: qual tratamento deve ser dado pelas leis aos empresários e às empresas? Trata-se de empresários que cometeram crimes e de um grupo de empresas que operam em vários países e têm, em seus vários ramos de atividade, 235 mil empregados em toda a cadeia produtiva. A resposta à pergunta proposta depende de entender a distinção entre as pessoas físicas dos controladores e a pessoa jurídica das empresas.

Há algum tempo, virou moda falar em “ética empresarial”, como se a empresa em si fosse um ente humano com capacidade de pensamento e discernimento, quando é um sistema composto de bens de capital (terrenos, prédios, máquinas, equipamentos etc.), que contrata empregados, compra matérias primas e produz bens e serviços. Como organismo, a empresa é um ente moralmente neutro, pois é um sistema material, sem vontade própria, montado e dirigido por pessoas. A empresa adquire vida no mundo jurídico e econômico, obtém registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e executa atos econômicos e negócios jurídicos diversos, mas sempre sob o mando de alguém.

A empresa em si não toma decisões; ela executa as decisões tomadas por seus sócios e dirigentes. Como ente material, a empresa não é ética, aética ou antiética. As pessoas são. Ética é uma virtude essencialmente e exclusivamente humana. O animal homem é o único capaz de pensar, discernir, decidir e agir conforme um código de conduta baseado no certo ou errado, legal ou ilegal, bem ou mal. Os animais irracionais não agem assim, pois eles não têm capacidade de raciocinar, discernir e decidir entre uma ação e outra com base em aspectos éticos, morais, religiosos ou jurídicos.

A empresa tem importante função social pelo fato de produzir bens e serviços, empregar pessoas, pagar impostos e satisfazer necessidades de consumidores. A propriedade que é empregada para praticar tais atos torna-se empresa e é a mais importante instituição dentro do sistema econômico. A legislação deve, portanto, submeter a empresa a um conjunto de normas e obrigações consubstanciadas nas leis comerciais, tributárias, trabalhistas, ambientais e outras, cabendo aos responsáveis pela gestão e operação da empresa a obrigação de garantir a legalidade do que ela faz sob suas ordens e seus atos de gerência.

Nesse sentido, é do interesse da nação que, quando irregularidades e crimes ocorrem no interior de uma empresa, os autores sejam punidos por seus atos e a empresa seja preservada. Os culpados, após o devido processo legal, devem ser afastados, despojados de seu patrimônio e presos, e a gestão da empresa deve ser entregue a outros dirigentes e controladores a fim de seguir sua função sem os vícios dos antigos donos. A questão é saber se as leis brasileiras são eficientes para promover um processo justo e rápido de apuração e punição dos culpados e, ao mesmo tempo, salvar a empresa e colocá-la sob a direção de gestores qualificados.

Essa discussão não se restringe ao Brasil. Pelo contrário, vem figurando nos debates em vários países onde prevalece o capitalismo. Como sistema econômico, o capitalismo é baseado na propriedade privada do capital, organização empresarial da produção e trabalho assalariado. Repetindo: mesmo com seus defeitos, esse ainda é o melhor sistema para promover o progresso material e, por consequência, o desenvolvimento social.

José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo.

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Agricultura 4.0: revolução tecnológica no campo – Por Ricardo Fachin

Produtividade, eficiência, redução de desperdício e, por consequência, de custos. Esses são alguns dos principais ganhos que a tecnologia traz para o agronegócio. Para isso, os agricultores estão aderindo ao conceito de Agricultura 4.0, que possibilita a interferência e conexão de softwares e sistemas digitais às máquinas. Ao aplicá-lo, é possível otimizar a gestão do negócio e diminuir o tempo de trabalho, seja no campo, cooperativas ou agroindústrias.

No Mato Grosso, assim como em outras regiões do Brasil, tratores, colheitadeiras e demais maquinários utilizados por grandes produtores passam a contar com plataformas digitais específicas. Com os recursos tecnológicos mais próximos, os agricultores encontram soluções imediatas – do preparo do solo e plantio, com observação de índices pluviométricos, até a colheita e beneficiamento da safra.

Um exemplo desta revolução é o caso de um condomínio familiar agrícola mato-grossense que planta grãos em uma área de 31 mil hectares. Nesta safra, o grupo fez um comparativo entre máquinas do ano 2002 com as novas, de 2017, a fim de testar a eficiência do maquinário. Para isso, foram colocadas em campo 15 máquinas (2002) e seis (2017). O experimento demonstrou que o desenvolvimento dos grãos e a produtividade se mantiveram, por outro lado, o número de equipamentos em campo e o custo da mão de obra diminuíram, enquanto o nível de qualificação profissional aumentou.

Além disso, com máquinários modernos, os produtores rurais têm a possibilidade de trabalhar linha a linha, fator que diminui o desperdício. Isso porque os softwares conectados via satélite indicam ao profissional responsável quando a máquina passou por determinada área, e caso passe novamente, ela desliga automaticamente, o que evita o replantio e perda de sementes. Sem contar que se houver uma superpopulação de soja em uma mesma área, as plantas competem entre si e, nessa competição, todas acabam por morrer.

Se considerarmos que, durante o período de plantio do nosso exemplo acima, são mobilizados 300 profissionais em campo, com máquinários novos em mãos, os agricultores conseguem ter uma economia considerável apenas com a antecipação de problemas e a otimização do plantio, já que as colhetadeiras avisam possíveis falhas mecânicas ao longo do trabalho.

Além dos tratores e plantadeiras de última geração, outra tecnologia indispensável às grandes propriedades são os pulverizadores, que possuem controle da altura da barra com regulagem automática. Os softwares instalados nesses equipamentos também avisam onde o defensivo foi aplicado, o que reflete na eficiência de distribuição do produto.

Já no momento da colheita, a presença de softwares garantem a geração dos mapas de colheita que indicam o que cada talhão produziu, assim é possível identificar a qualidade de solo e a quebra de grãos. A ferramenta revela, igualmente, a produtividade nos pontos do talhão, o que permite a avaliação do solo e a identificação dos espaços com deficiência de nutrientes que exigirão um plano de adubação.

A nova realidade – Agricultura 4.0 – provoca também a necessidade do agricultor buscar qualificações adequadas para o manuseio das novas máquinas e sistemas. Afinal, este é um caminho sem volta, que veio para facilitar o replanejamento das empresas agroindustriais e que impacta tanto o pequeno produtor quanto os grandes grupos agrícolas.

Ricardo Fachin, CEO da FH, empresa de tecnologia especializada em processos de negócios e software.

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Como a tecnologia pode – e vai – revolucionar o mundo

Por Leonardo Santos

A quarta revolução industrial é um dos termos da atualidade mais propagados em eventos de negócios. Nela, tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Big Data e Analytics, estão em constante evolução e prometem reinventar diversas áreas e setores.

Essa revolução promete automatizar processos por meio da consolidação e análise de informações, gerar novos insights para a melhor compreensão de situações e momentos para garantir uma tomada de decisões mais rápida e assertiva, e promover o engajamento cognitivo que visa promover maior resolução de todo o tipo de tarefas e situações.

Com isso, essas ferramentas inovadoras ganham cada vez mais visibilidade e investimento. Conforme levantamento realizado pela Statista, empresa que reúne estatísticas de diversos mercados, a IA movimenta, atualmente, US$ 2,4 bi. Porém, para 2025, a expectativa é que esse valor supere os US$ 60 bi, fazendo desse um dos principais setores para a transformação dos negócios no mundo digital.

Se hoje as companhias inovadoras já criam soluções com o uso da computação cognitiva, como carros autônomos, softwares que auxiliam médicos na identificação de células cancerígenas, robôs que auxiliam na organização de empresas e até auxiliam nos cuidados de pacientes em estados terminais, a tendência é que, no futuro, a automatização de processos transforme as atividades rotineiras de diversas empresas, que historicamente encontram barreiras para a realização de tarefas que deveriam ser simples.

Ao contrário do que se imagina, não é mais futuro é uma realidade. Hoje, esse tipo de tecnologia já está tão presente no cotidiano das pessoas, que elas já não conseguem mais notar a inovação, mas sim seus benefícios. Ao realizar uma pesquisa na internet, por exemplo, caso ocorra algum erro ortográfico, o próprio buscador questiona se a intenção do usuário não era outra.

O próximo passo dessa jornada evolutiva é a popularização dessas tecnologias e a garantia de uma disponibilidade cada vez maior. Como já dizia o escritor américo-canadense William Ford Gibson, “como eu tenho dito muitas vezes, o futuro já chegou. Só não está uniformemente distribuído.”

Leonardo Santos é CEO da Semantix, empresa especializada em Big Data, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Análise de dados.

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